Para falar de sacramento da Ordem, é preciso recordar que este é o sacramento do ministério apostólico, pois através dele a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua, e continuará, a ser exercida na Igreja. Ele compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.
Tais condições existem desde os primeiros séculos e podem ser atestadas em escritos dos santos Clemente Romano e Inácio de Antioquia, bem como alguns trechos do Novo Testamento (Cf. At 20,28-29) e vários documentos do magistério.
Segundo o Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral, conhecido como Denzinger, “ao lado do Batismo e da Crisma, a Ordem é um dos sacramentos “que imprimem na alma um caráter indelével, ou seja, um sinal espiritual que distingue um indivíduo de todos os outros” (§1313). Por sua vez, a esse indivíduo que é ordenado, o sacerdote, é concedida a autoridade sagrada de ser “in persona Christi”, ou seja, na pessoa de Cristo, e assim continuar sobre a terra a obra redentora de Jesus.
Já existente na Antiga Aliança, a figura do sacerdote nos remetia a um mediador entre o celeste e o terreno, entre Deus e o Seu povo, e Nosso Senhor como São Mateus narra, não veio abolir a antiga lei, mas para trazer perfeição a ela, sendo assim o sacerdócio é ressignificado e configurado aos atos de Cristo. Portanto, é na pessoa de Jesus que se deve inspirar aqueles que são chamados para essa sublime missão, de tal maneira que podem ser admitidos somente homens dispostos a consagrar-se e sacrificar-se no serviço à Igreja. A obra redentora de Cristo se consuma na cruz, como participantes de tão grande bem, aqueles que pertencem ao sacramento da ordem, devem caminhar em direção ao calvário, mas com seu íntimo repleto da certeza da ressurreição.