Para bem nos preparar para a Páscoa do Senhor, o tempo quaresmal nos convida a buscar a conversão de forma mais intensa. Nesta intenção, a liturgia que abre o tempo da Quaresma nos traz o Evangelho em que o Nosso Senhor Jesus fala da esmola, a oração e o jejum, conhecidos como Exercícios Quaresmais. Estes exercícios, alinhados à vida eucarística e à leitura orante da Palavra de Deus, nos conduzem à transformação interior que precisamos. Vejamos um pouco sobre cada um deles.
Muito mais do que contribuir com aquilo que nos é supérfluo, dar esmola é um gesto de misericórdia, é uma forma de partilhar o que temos com aqueles que passam por dificuldades, e segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna. E também uma prática de justiça que agrada a Deus” (§2447).
Sobre a oração, o Catecismo da Igreja Católica nos diz que ela é “uma relação viva e pessoal com o Deus vivo e verdadeiro” (§2558). Através da oração, unidos a Deus, que a nós é infinitamente superior em majestade e bens, temos a dádiva de sermos elevados também, de modo que amadurecidos pelo forno da oração, já não pensaremos ou nos comportaremos como dita a mentalidade do mundo, e de certa forma seremos o reflexo da presença de Deus onde estivermos, já que “uma alma que se eleva, eleva o mundo inteiro” (Serva de Deus Elisabeth Leseur).
O jejum é uma penitência que consiste na renúncia de algum alimento ou bebida ou até mesmo na privação de refeições de modo parcial ou total. Quanto à essa prática, muitos testemunham que abster-se de alimentos nos exercita na disciplina e fortalece nossa força de vontade.
Dentro da proposta do tempo quaresmal e na prática destes exercícios, que sejamos impelidos a sair da nossa zona de conforto, afinal Jesus e seus santos não tiveram uma vida cômoda. Pelo contrário, os santos alcançaram o céu com muito sacrifício. Não tenhamos medo do sacrifício, ele nos fortalece na virtude e na prática do bem.