Falar sobre as Dores de Maria, nos requer um exercício prático, se você não é mãe, pergunte a uma o que ela já sentiu ao ver seu filho doente ou em alguma situação de risco. Certamente ela vai te dizer que preferia estar no lugar dele. Essa disposição de cuidar é própria do amor de mãe e com Maria não foi diferente.
É certo que Jesus sofreu a morte mais cruel, não só pelos inúmeros tormentos físicos mas pelos padecimentos morais e ultrajes que Nosso Senhor suportou durante sua horrorosa agonia, e ninguém, depois de Jesus, sofreu mais que Maria, porque o que Jesus suportou em Sua carne, a Mãe suportou em Seu coração. Sofrimento este que predito a ela na apresentação de Jesus no templo pelo profeta Simeão: “E uma espada transpassará até a tua alma” (Lc 2, 35).
Sobre as dores de Maria Santo Afonso de Ligório, citando São Boaventura, nos diz: “as mesmas chagas que estavam espalhadas pelo corpo de Jesus, se achavam todas reunidas no coração de Maria. Assim a Virgem, por Sua compaixão para com o Filho, em Seu terno coração foi flagelada, coroada de espinhos, carregada de opróbrios, pregada à cruz”.
Diante da profundidade desse amor lacerante que Maria tem por Nosso Senhor, somos convidados a contemplar suas dores, as quais a devoção popular fixou simbolicamente em sete: 1) A profecia do velho Simeão; 2) A fuga para o Egito; 3) A perda de Jesus no templo; 4) O caminho de Jesus para o Gólgota; 5) A crucificação; 6) A deposição da cruz; 7) O sepultamento de Jesus.
Meditemos as dores de Maria, pensemos sobre sua resignação, sua fé, sua obediência à vontade divina, sua confiança. Recordemos também que Maria vive a dor na esperança da Ressurreição. Nessa contemplação rezemos com um trecho do hino Stabat Mater, presente na Liturgia das Horas na memória de Nossa Senhora das Dores: “Faze, ó Mãe, fonte de amor, que eu sinta em mim tua dor, para contigo chorar. Faze arder meu coração, partilhar tua paixão e teu Jesus consolar”.