No último domingo, 31 de maio, num cenário de isolamento social devido a Covid-19, a Igreja celebrou a Solenidade de Pentecostes, data que conclui o tempo litúrgico da Páscoa. Comemorado 50 dias após a ressurreição de Cristo, Pentecostes recorda a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, reunidos em Jerusalém com a Virgem Maria, depois da ascensão de Jesus aos céus. Ali nascia a Igreja de Cristo!
Segundo as Escrituras, na ocasião, os 12 apóstolos (contando com Matias) e Nossa Senhora estavam reunidos em um cenáculo, uma espécie de refeitório de casa em Jerusalém, quando o Espírito Santo desceu sobre eles na forma de línguas de fogo, como tinha prometido Jesus antes de sua subida gloriosa aos céus. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”, diz o capítulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos, que acrescentou que os povos de diferentes culturas e línguas escutaram os apóstolos “anunciarem as maravilhas de Deus na sua própria língua”. Foi então que a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação’.
Nesse dia, foi revelada plenamente a Santíssima Trindade. “O Reino anunciado por Cristo está aberto aos que creem nele; na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade. Por sua vinda, e ela não cessa, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos ‘últimos tempos’, o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado: Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, pois foi ela quem nos salvou” (CIC § 732)
Em sua homilia, nosso pároco Padre Hideraldo Vieira lamentou o distanciamento, mas reforçou que ele é necessário para salvaguardar as vidas. Fez memória da Campanha da Fraternidade deste ano de 2020 que proclama que a vida é dom e compromisso, seu sentido consiste em ver, solidarizar-se e cuidar, e na oportunidade se posicionou que ele, como a Igreja Católica, é a favor da vida.
O pároco lembrou ainda que os números de infectados com o novo Coronavírus não param de crescer em nosso país e de modo particular em Ipatinga: “Este ano, devido à pandemia que atravessa de modo avassalador toda humanidade, não podemos estar fisicamente unidos”. Por isso, com sentido de profunda responsabilidade humana e pastoral, seguimos no cumprimento estrito das orientações das autoridades de saúde, que orientam a evitar aglomeração de pessoas.
Assim como no Cenáculo, os cristãos que hoje estão reunidos em suas casas em um contexto diferente do relatado pelo texto bíblico, agora por causa do isolamento social recomendado pelas autoridades sanitárias a fim de conter o avanço da pandemia, são convidados a invocar a força do Espírito Santo.
Vilton Cantarino Silva e Marli Miranda