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11/07 Mês de Julho
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Recebi um vídeo e nele a pessoa, dentre ouras coisas, disse uma frase que me chamou a atenção. A frase é de Levi Dias de Santana, do Corpo de Bombeiros de São Paulo: “Pior do que você querer fazer e não poder, é você poder fazer e não querer”.

A chama da fé, que recebemos no batismo, permanece acesa em nosso coração, mesmo durante as intemperes da vida; aliás, pode até diminuir, mas não se apaga. Em algumas pessoas, as intemperes fazem a chamar crescer, pois quando nos falta tudo, falta o chão debaixo de nossos pés, a fé pode ser a única referência, o único apoio, que nos mantem de pé.

A fé pode ser um dos fatores que nos fazem sentir o significado da frase: “Pior do que você querer fazer e não poder, é você poder fazer e não querer”. Imagine você querer fazer alguma coisa por alguém, condoer-se da dificuldade pela qual uma pessoa está passando, e não poder fazer. Querer dar um prato de comida a uma pessoa faminta, quando você não tem um grão de arroz. Querer ajudar a sua comunidade de Igreja, numa pastoral da qual você entende, por exemplo, ajudar na Pastoral da Saúde e você é um enfermeiro(a), auxiliar de enfermagem, técnico em enfermagem, e não tem tempo para isto. Ou querer ajudar a sua comunidade, mesmo sem entender daquilo, mas não poder.

Em outras palavras, tenho o desejo de ajudar, de contribuir; este desejo arde em meu coração, quero muito ajudar a minha comunidade; mas, não posso, estou impedido de realizar este meu desejo, esta minha vontade.

Por outro lado, nos diz o bombeiro Levi Dias, torna-se pior o ‘poder fazer e não querer’. É exatamente o contrário do ‘querer fazer e não poder’. Eu tenho um prato de comida, que não vai me fazer falta, mas não quero dar à esta pessoa faminta. A minha comunidade precisa de minha ajuda e eu tenho condições de ajudar, sendo um especialista na área ou não, mas eu não quero ajudar. Tão ruim que eu fico, em meu coração, procurando uma desculpa, um motivo, para dizer que não posso.

Podemos dizer que estas pessoas são aquelas pessoas chamadas pelo Espírito Santo, mas que enterram o talento (Mt.25,18). Foram convocadas pelo Espírito Santo para atender à comunidade da Igreja em suas necessidades, mas resolveram se negar a si mesmo. E quando interpelas por outras pessoas, justificam-se com argumentos nos quais nem ela mesma credita.

As pessoas que querem ajudar, mas não podem, possuem barreiras que elas não queriam que existissem, para poder ajudar. As pessoas que podem ajudar, mas não querem, ficam construindo barreiras onde não existem.

Qual das duas pessoas eu sou? Qual das duas pessoas você é?

É certo que há, na comunidade de Igreja, pessoas que ficam construindo barreiras para não ajudar. Sabemos disto, porque o Espírito Santo não deixa a comunidade de Igreja desassistida, sem pessoas convocadas para os serviços que a comunidade precisa. Quando a comunidade não tem trabalhadores para a messe, não é porque o Espírito Santo esta cochilando, é porque os trabalhadores da messe estão se negando.

No entanto, não cabe a nós fazer julgamento sobre o comportamento destas pessoas; não sabemos o que vai no coração delas. Cada um deve saber como vai se acertar com Deus.

Padre Aloísio Vieira
Pároco