O Ano Litúrgico vivido pela Igreja é dividido em tempos, sendo que o Advento, Natal, a Quaresma e a Páscoa tem características próprias, as 34 semanas que não fazem parte destes tempos são denominadas de Tempo Comum, que se dá em dois momentos durante o ano litúrgico, primeiro sucede ao Advento do Natal e também depois do Tempo Pascal.
Com a Festa do Batismo de Jesus, damos início ao chamado Tempo Comum, cuja espiritualidade nos sugere a “encontrar o extraordinário no comum”, como bem nos alerta o Cardeal Orani João Tempesta. Nesse tempo, cabe a nós perceber a presença de Deus na normalidade do cotidiano, não somente em grandes acontecimentos. E essa percepção só nos é possível se desacelerarmos, se sairmos da agitação para lançar, nem que seja por uma pequena parte de tempo diariamente, um olhar contemplativo sobre a vida e sobre os acontecimentos.
Os Padres da Igreja e muitos santos como Santo Tomás de Aquino e até São Josemaria Escrivá, que nos é mais contemporâneo, recomendaram para que vivamos como “contemplativos no meio do mundo”, ou seja, a contemplação não é só para religiosos, mas uma atividade que todos podemos viver. Contemplar é apreciar, ver a ação de Deus, e mergulhar nos seus mistérios. Nada tem a ver com ser ociosidade ou lentidão, mas sim uma valiosa atividade mental e espiritual de refletir a vida a partir da experiência de fé num Deus que se deixa encontrar.
Que o Tempo Comum seja para todos nós uma experiência de fé e ação de graças, que nos esforcemos a contemplar a Deus no nosso dia a dia.