Nos aproximamos das eleições gerais do nosso País, onde escolheremos o Presidente da República, o Governador do Estado, os Senadores e os Deputados Federais e Estaduais, que nos representarão nos próximos quatro anos. Naturalmente, há uma tensão nos ares, visto o tamanho o encargo da nossa escolha.
Diante do cenário político atual, nossas mentes tornaram-se um campo de batalhas, queremos mudanças, mas temos medo de arriscar, em nós trava-se uma guerra, queremos o bem coletivo, mas ainda estamos presos aos nossos conceitos e desejosos de benefícios individuais.
Olhamos para o sistema orgânico da política existente e não temos muitas perspectivas de melhoras, mas como cristãos, ecoa em nossas consciências as palavras da Sagrada Escritura que nos convidam à virtude da esperança. Esperança essa, que deve nos reger não somente no sentido escatológico, de ansearmos pela glória da Jerusalém Celeste, mas também de acreditarmos que o melhor há de vir, se pautarmos nossas escolhas como Nosso Senhor nos aconselha a “buscar o Reino dos Céus e tudo mais será acrescentado”. Entendemos então, que o discernimento de escolha de um eleitor cristão deve visar os valores de sua fé, na busca do bem comum a partir dos critérios do evangelho e da moral.
O cristão consciente deve então prezar por candidatos que vislumbrem suas ações para salvaguardar a família, visto que como nos diz o polímata brasileiro Rui Barbosa: “a família é a célula mater da sociedade”. Se da família se origina os outros organismos sociais, a degradação da família é a degradação da sociedade. Por essa via, cremos também que se desintegra a família tradicional com a desmoralização do papel da mulher e do homem, consequentemente teremos uma desestabilização geral na sociedade.
Um conceito que ataca diretamente esses papeis atualmente, é a Ideologia de Gênero, que afirma que ninguém nasce homem ou mulher e ridiculamente ignora a biologia humana. Acerca dela nos adverte o Papa Francisco: “Esta ideologia leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e mulher”, e denuncia ainda: “Hoje ensinam as crianças – as crianças! –, que estão na escola: que cada um pode escolher o seu sexo. E por que ensinam isto? Porque os livros são das pessoas e instituições que lhes dão dinheiro. São as colonizações ideológicas, sustentadas também por países muito influentes. Isto é terrível”.
Logo, se a figura do homem-pai e da mulher-mãe não são mais relevantes, as vidas geradas por eles também serão minimizadas e desprezadas, e o sagrado dom que portam será violado. Outro ponto a ser observado nos candidatos é quanto ao comprometimento com a vida humana. A Encíclica de São João Paulo II Evangelium Vitae, sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana, aponta que “Quando uma maioria parlamentar ou social decreta a legitimidade da eliminação, mesmo sob certas condições, da vida humana ainda não nascida, assume uma decisão tirânica contra o ser humano mais débil e indefeso”. Faz-se necessário recordar que “a cooperação formal para o aborto constitui uma falta grave”, conforme o magistério católico. E que a Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana.
Convocados para essa reflexão nestes dias que nos restam para as eleições, que analisemos a fundo o envolvimento dos candidatos disponíveis com os aspectos levantados acima, para que no dia 7 de outubro, votemos com consciência e responsabilidade cristã.