“Como família humana falimos de certo modo no que diz respeito a deixar um futuro aos jovens”: disse o vigário apostólico da Anatólia, na Turquia, Dom Paolo Bizzeti, no briefing desta segunda-feira (22/10) na Sala de Imprensa da Santa Sé sobre a XV Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos em curso no Vaticano até o próximo domingo, 28 de outubro, com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Como nos briefings precedentes, o encontro com a imprensa foi aberto pelo prefeito do Dicastério vaticano para a Comunicação e presidente da Comissão sinodal para a informação, Paolo Ruffini, o qual referiu que o esboço do documento final deste Sínodo e da carta aos jovens serão apresentados esta terça-feira ao Papa Francisco e a toda a Assembleia.
O vigário apostólico da Anatólia frisou que se deveria pedir “perdão aos jovens” por este “mundo tão pouco adequado” a seus sonhos, um futuro “onde os jovens têm dificuldade de inserir-se”.
O prelado expressou satisfação por esta experiência sinodal, que permitiu “sentir de perto” muitas problemáticas, luzes e sombras do mundo juvenil. Um evento que desde o início teve os “conteúdos e o encontro” como “protagonistas”, graças também às intervenções dos jovens, “as mais interessantes” porque “concretas”.
Nesta “sinfonia da verdade”, o prelado ressaltou também a herança que fica para os bispos, para a Igreja: o caminhar junto com os jovens, ouvindo-os e envolvendo-os concretamente. “A fé não pode ser um cofre fechado, os jovens nos recordam que devemos estar ao lado deles para custodiar este tesouro”, concluiu.
Foi também repleta de satisfação, durante no briefing, a intervenção do bispo de Bridgeport, EUA, Dom Frank J. Caggiano, impressionado “pelo entusiasmo dos jovens ao buscar o Senhor.
Em particular, o prelado evidenciou a contribuição específica que os jovens podem dar no horizonte da evangelização. “Os jovens são a Igreja hoje e querem fazer a diferença”, precisou.
Num mundo onde o “continente digital é o novo terreno de missão”, os jovens podem “oferecer uma energia extraordinária para evangelizar outros jovens”. O bispo estadunidense falou também da santidade, “que é para todos” e “tarefas para casa deste Sínodo”: cada um voltar para sua diocese e conjugar na própria realidade os muitos estímulos recebidos.
O reitor-mor da Sociedade salesiana de Dom Bosco, Pe. Ángel Fernández Artime, falou, por sua vez, sobre a “grande sensibilidade” e “universalidade” deste Sínodo capaz de interessar-se não apenas por uma “pequena elite” de jovens, mas por todos os jovens, inclusive por aqueles que se encontram distantes e pelos “sem voz”.
“Os jovens nos pediram a coragem do testemunho”, que sejamos exitosos também “mediante os fatos e não somente com palavras”, insistiu o religioso. O salesiano falou também sobre a “falta de maternidade e de paternidade”, uma realidade da qual muitos jovens sofrem e à qual a Igreja deveria dar uma resposta.
Também o arcebispo de Fort-de-France, Martinica, Dom David Macaire, participou do briefing sinodal. O prelado fez votos de que a Igreja esteja “à altura das esperanças dos jovens”, que colorirão o mundo de “irmandade”.
Por sua vez, a auditora sinodal Henriette Camara, membro dos Escoteiros católicos na Guiné, proveniente de uma família muçulmana e convertida ao cristianismo graças ao abraço “sem discriminações” dos Escoteiros, expressou gratidão ao Papa Francisco por ter “dado aos jovens um lugar onde expressar-se”, um lugar onde todos podem falar livremente e com confiança. “Aprendi muito e espero conseguir restituir aquilo que recebi”, disse por fim.
Fonte: Vatican News