Como temos visto, a liturgia da Igreja muito tem contribuído com a nossa preparação para a Páscoa de Nosso Senhor e neste tempo além das leituras e as orações também nos é sugerida a prática das obras quaresmais. Nesta semana comentaremos brevemente sobre o Jejum.
O jejum é uma penitência que consiste na renúncia de algum alimento ou bebida ou até mesmo na privação de refeições de modo parcial ou total. Visto que alimentação não somente é uma das necessidades básicas, mas também um dos nossos instintos juntamente com a sexualidade, abster-se de alimentos nos exercita na disciplina e fortalece nossa força de vontade.
Nessa intenção, percebemos o quanto a geração atual caminha na contramão dos santos. Afinal, muitos mais do que sustento, têm buscado prazer no comer e beber, o que confirma o argumento de vários médicos que unanimemente afirmam “muitos fazem da comida, uma droga”, ou seja, buscam satisfação nela.
Como cristãos, precisamos sempre nos recordar que o estômago e o desejo de obter satisfação na comida nunca dominou Nosso Senhor Jesus e os santos que nos precedem na glória celeste. Pelo contrário, renunciavam alimentos prazerosos ou até mesmo necessários para que dominassem sua vontade e oferecessem o sacrifício por sua purificação, como vemos na história de São Geraldo, São Francisco de Assis, Santa Catarina de Sena e tantos outros.
Mas o que estes homens e mulheres faziam quando sentiam fome ou fraqueza? Eles se uniam à Jesus, faziam memória dos 40 dias em que dessa forma a carne de Nosso Senhor começava a ser macerada pela abstinência, se recordavam também de tantos irmãos que passam necessidade no mundo, e este pensamento os levava a partilhar seus bens e praticar a misericórdia. Por tudo isso, a Santa Mãe Igreja entende que a prática do jejum deve e pode nos levar a oração, ao encontro com o Senhor e com o próximo.