É importante dar uma palavra em relação às Cebs: Comunidades Eclesiais de Base que vêm sendo espaço privilegiado de participação de cristãos leigos e leigas em comunhão com os seus pastores. Elas seguem a Jesus Cristo que é a cabeça da Igreja e nós todos somos os seus discípulos e discípulas, missionários e missionárias. É preciso viver a unidade com Cristo e com a comunidade, vivendo a nossa vocação de cristãos batizados e batizadas. Assim, a prática eclesial das Cebs possibilitou a consciência de seus membros, particularmente dos pobres, de ser Povo de Deus, de que sua pertença à Comunidade decorre do seu Batismo, Crisma e Eucaristia. Toda a comunidade eclesial deve estar aberta às pastorais e aos movimentos, a acolhida de todos os seus membros, porque todos fazem parte do rebanho do Senhor Jesus Cristo. Cristo acolheu a todas as pessoas, assim também toda e qualquer comunidade deve acolher a todos para que vivam a alegria do amor. Iluminados pelo Espírito Santo e em unidade com o Pai todas as pessoas constituem a comunidade eclesial de base na qual somos chamados a fazer parte.
As Cebs têm a Palavra de Deus como centro, uma dimensão missionária e engajam-se nas lutas de transformação da sociedade na perspectiva do Reino de Deus. O que importa é que o Reino de Deus cresça cada vez mais com a nossa participação. É “uma forma privilegiada de vivência comunitária da fé” (DGAE, 94, n. 102). A eucaristia é o outro ponto essencial em vista do encontro pessoal e comunitário com o Senhor Jesus. A eucaristia é o pão descido do céu no qual Jesus é a comida para serem fortes diante dos desafios e esperançosos a quem devemos empreender neste mundo. Ela nos prepara para a vida futura, a eterna.
As nossas comunidades constituem vida de base na qual somos chamados a inserir-se e a apoiar sempre, porque é na comunidade que a gente se sente feliz, contente, alegre por estar com o Senhor Jesus, com a família na qual constituímos, com a sua Igreja e com os seus pastores. Estamos no ano do laicato de modo que é preciso valorizar todos os membros, porque através deles, a Igreja continua a obra da encarnação de Jesus Cristo no mundo. Por isso, as Cebs são uma forma de vivência comunitária da fé, de inserção na sociedade, de exercício do ser profeta e de compromisso com a transformação da realidade sob a luz do Evangelho, porque somos pessoas que acreditam em Jesus Cristo e não fazemos as coisas só pelo estimulo de fazer humano, ou social, mas porque inspirados pelo Espírito Santo vamos ao encontro do outro, da pessoa necessitada, do pobre, do idoso, do jovem, da mulher, do homem que trabalha no campo e na cidade, do educador e da educadora, de todas as pessoas de boa vontade. Estamos também no período da CF 2018 com uma grande vontade de lutar pela superação da violência em vista de uma cultura de paz para nós e para o mundo.
A Diocese de Marabá marcou presença com leigos, leigas e religiosos/as que participaram do 14 Intereclesial das Cebs, em Londrina/PR, das quais as pessoas voltaram fortalecidas pela Palavra de Deus, pelo amor a Jesus Cristo, pelo trabalho missionário, pela unidade com os seus pastores, sacerdotes, diáconos, bispo, pela vontade de trabalhar unidos com outras pastorais, movimentos, serviços, pelo respeito mútuo que se deve manter sempre com todas as pessoas que vivem e lutam pela a paz, pelo amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Apoiemos as Cebs nas comunidades da Diocese, de pessoas que testemunhem o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. As Cebs fortalecem a fé, a esperança e a caridade na vida do povo de Deus. Valorizemos a todos os leigos e leigas que atuam na comunidade. Sejamos pessoas que amam a Igreja, amam o Senhor Jesus Cristo, caminho, verdade e vida.
Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)
Fonte: Site da CNBB