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19/04 Dom Severino Clasen: “Os leigos não só pertencem à Igreja, mas são Igreja”
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“Que possamos aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão dos cristãos leigos e leigas. Que toda a Igreja realmente reconheça e confirme a vocação dos leigos como sujeito eclesial”

A vivência do Ano do Laicato na Igreja do Brasil foi o tema do segundo Metting Point realizado durante a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na manhã desta sexta-feira, 13, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP).

Para tratar do assunto com os jornalistas foram convidados dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato e Marilza Schuina, presidente do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB).

Dom Severino afirmou que é importante destacar a missão dos cristãos leigos como sujeitos na evangelização, na Igreja e na sociedade. “Vivemos um momento em que o protagonismo do laicato é convocado a testemunhar o Evangelho de jesus Cristo e até redescobrir quem é Jesus de Nazaré, este que nós queremos seguir e em quem depositamos nossa fé e esperança”, afirmou o Bispo.

Dom Severino chamou a atenção para três documentos da CNBB que ajudam a aprofundar a temática do Ano do Laicato: O Documento 100, “Comunidade de Comunidades – uma nova paróquia”; o Documento 105, “Cristãos leigos e leigas – sal da terra e luz do mundo na Igreja e na Sociedade”; e o Documento 107, “Iniciação à vida cristã – itinerário para formar discípulos missionários”.

Documento 105 – Tratando especialmente do Documento 105, o Bispo explicou que o seu texto nasceu a partir das decisões e inspirações do Concílio Vaticano II, sobretudo na Constituição Dogmática Lumen Gentium. “Os leigos não só pertencem à Igreja, mas são Igreja”, ressaltou dom Severino, que salientou, ainda, que, a partir do Batismo, não existem categorias superior e inferior de Cristãos, mas todos são “Igreja povo de Deus”.

De acordo com dom Severino, o Ano do Laicato conseguiu reafirmar a consciência da missão e identidade dos leigos. “Ao percorrer o Brasil, percebemos que os cristãos leigos e leigas aderiram ao Ano Nacional do Laicato por meio de tantas ações a programações que acontecem em todo o País”, destacou o Bispo.

Ao citar o lema “sal da terra e luz do mundo”, Dom Severino convidou para a reflexão: “Que gosto nós estamos dando à vida, que gosto o mundo pode também extrair de nós, cristãos, para sermos pessoas boas? Também é preciso brilhar, iluminar, irradiar. Mas a luz não é nossa. Cristo é a luz. Quanto mais estivermos ligados a ele, mais teremos brilho que tem que ser espalhado pelo mundo”.

Marilza Schuina, presidente do CNL. Foto: Assessoria de Imprensa CNBB/Matheus de Souza

Marilza ressaltou que “o protagonismo dos cristãos leigos é contribuir para que a unidade e a comunhão seja vivenciada na sua plenitude em nossa Igreja, povo de Deus”.

“Que possamos aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão dos cristãos leigos e leigas. Que toda a Igreja realmente reconheça e confirme a vocação dos leigos como sujeito eclesial”, acrescentou a Presidente do CNLB.

Dentre as atividades programadas para a celebração do Ano do Laicato, estão sendo programados 16 seminários em diversos regionais da CNBB sobre temas relacionados à atuação dos leigos na vida eclesial e âmbitos da sociedade, como na política, educação, cultura, trabalho e família.

Outra atividade prevista é a Semana Missionária Igreja em Saída, de 22 a 29 de julho. “A Semana Missionária quer ser um grande retiro popular para que as comunidades se encontrem não só para círculos bíblicos, oração, mas onde também possamos atingir os diversos espaços onde o leigo e a leiga atuam e trabalham”, explicou Marilza, acrescentando que esses eventos não aconteçam apenas nas igrejas ou nas casas, mas nos ambientes de atuação dos leigos, como os locais de trabalho.

Na conclusão do Ano do Laicato, entre dos dias 22 e 25 de novembro, acontecerá a Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, em Aparecida. Além da CNBB e do CNLB, entidades como a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Comissão Nacional dos Diáconos (CND), a Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) e a Conferência Nacional dos Institutos Seculares estão na organização do evento que tratará a temática da sinodalidade e o protagonismo dos leigos na Igreja. No encerramento dessa Assembleia, acontecerá a Romaria do Laicato.

Por fim, Marilza reforçou que o Ano do Laicato deve ser um “impulsionador para que toda a Igreja no Brasil continue a pensar e refletir a vocação, identidade, espiritualidade e missão própria dos leigos”.

Por Fernando Geronazzo