O rei é de extrema importância para um reinado, mas junto dele, à sua direita, há uma outra pessoa que também é indispensável: a Rainha. Interessante que este papel, em muitas monarquias, e ao contrário do que alguns pensam, não é das esposas, mas da mãe do Rei, a rainha-Mãe, o que foi sempre uma maneira de prevenir conflitos, visto que muitos reis tiveram muitas mulheres e escolher uma para reinar com ele, seria inviável.
Comprovamos essa relação na Sagrada Escritura, onde vemos por 13 vezes no Antigo Testamento, e com outros 20 reis, também descendentes de Davi, que sempre são mencionados juntos com suas mães, ou seja, a instituição da Rainha Mãe, é típica da Casa de Davi, assim como vemos com o rei Salomão, que além de dar a sua mãe um trono à direita do seu, lhe garantiu diante de um pedido dela: “Pede minha mãe, porque tu não recusarei” (I Rs 2,13-25).
Descendente de Davi, Nosso Senhor também não fugiu a essa relação, portanto é de crer, que para reinar, “à sua direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro e de Ofir” (Sl 44). Desta fé nasce então, um dos títulos mais significativos da Virgem Maria, Nossa Senhora Rainha, visto seu rico sentido histórico, bíblico e espiritual.
Por isso, providencialmente, a festa de Nossa Senhora Rainha é celebrada após a Solenidade da Assunção, que nos faz pensar que aquela que foi levada à glória dos céus, também foi elevada à dignidade de rainha. Neste posto, Ela tem acesso ao Rei, e sendo de Sua confiança, é Aquela que O aconselha, recomenda, e que pode interceder pelas necessidades daqueles que Lhe pedem.
Além disso, como Ela nos precede na presença do Rei, seguramente é de sabedoria ir a Ela primeiro, e tendo em vista que ao ser encarnado, o Verbo de Deus, veio a nós através d’Ela, também nós por Ela, através d’Ela, iremos a Ele. Por isso, os santos são unânimes ao descrevê-la: Ela é porta, é ponte, é escada até Deus e ao Paraíso, e lá, Ela reina.
Neste dia, peçamos: Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!