“Hoje a UNRWA enfrenta seu maior déficit de financiamentos”, afirmou D. Bernardito Auza, núncio apostólico e Observador permanente da Santa Sé no seu discurso à ONU em Nova York, na segunda-feira 12 de novembro.
O arcebispo elogia o trabalho da agência da ONU que presta ajuda a 5,6 milhões de refugiados palestinos: “Apenas em Gaza, onde o desemprego é de cerca 43% , – observa Dom Auza – a UNRWA oferece trabalho para mais de 13.000 pessoas”. “Em uma situação que não mostra nenhum sinal de resolução a curto prazo”, esta agência, segundo o bispo, “continua sendo o melhor meio para evitar que a crise piore ainda mais o que levaria a um maior custo para a comunidade internacional”. O maior problema segundo o núncio apostólico é o grande deficit de financiamentos de mais de 200 milhões de dólares, nas finanças da Agência: “As necessidades são bem maiores do que as contribuições financeiras voluntárias”, e a comunidade internacional é chamada a “mostrar uma maior sensibilidade diante da situação dos refugiados palestinos” presentes principalmente na Cisjordânia, Gaza, Jordânia, Líbano e Síria.
Dom Bernardito Auza exprime também grande preocupação pela tendência a “limitar a compreensão do status dos refugiados palestinos apenas aos que fugiram da Palestina em 1948, excluindo assim os descendentes do lado paterno”. Trata-se de “uma compreensão restritiva” que, destaca o arcebispo, “privaria muitos descendentes apólidas do legítimo direito de ser usufruir a condição de refugiado”. Portanto é urgente uma resolução do problema por parte da comunidade internacional.
Se paz e reconciliação ainda não são objetivos próximos e percorrem um caminho cheio de “bloqueios e dificuldades aparentemente insuperáveis”, a Santa Sé volta a pedir o retorno das negociações e sugere com força como o único caminho percorrível a solução dos dois Estados. “Até quando as negociações não derem um resultado tangível e duradouro, – afirma Dom Auza – o trabalho da UNRWA não será completo”, por isso o prelado lança o apelo de renovar o mandato da Agência que deveria vencer em 2020.
A proximidade do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, deve ser um estímulo para que a comunidade internacional assuma um compromisso de que “todos os povos, incluindo os palestinos, possam celebrar e usufruir dos direitos fundamentais aprovados pela Carta”.
Fonte: Vatican News