Neste Primeiro Domingo depois de Pentecostes, celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade, mistério central da fé e da vida cristã, do qual o Catecismo da Igreja Católica (§ 234) nos diz que “é o ensinamento mais fundamental e essencial na hierarquia das verdades da fé”.
A importância da compreensão desta verdade de fé está em que ela nos aponta a forma de como Deus se revelou ao longo do tempo, como Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, é um Deus em três pessoas. Nós não professamos três deuses, as pessoas divinas não se dividem, pelo contrário, tem a mesma essência, mesma natureza divina: “n’Eles tudo é um, onde não há a oposição da relação” (§ 255).
No entanto, em sua unidade essas pessoas divinas se distinguem entre Si pelas relações de origem, pois “o Pai é o que ama; o Filho é o Amado; e o Espírito Santo é o Amor”, ilustrou Santo Agostinho, e reafirmou o Concílio de Latrão em 1215. Dessa forma, “cada pessoa divina realiza a obra comum segundo a sua propriedade pessoal” (§ 258).
Acerca desta Solenidade, teríamos muitas partilhas a fazer com base no conteúdo vastíssimo que a Santa Mãe Igreja nos forneceu, mas neste espaço não há possibilidade. Diante disso, nos é oportuna uma história. Conta-se que certa vez, Santo Agostinho caminhava numa praia quando avistou um menino que fazia um buraco na areia, e a ele revelou que sua intenção era por toda a água do mar ali. Então, Santo Agostinho lhe perguntou se ele não percebia que isto era impossível, e logo o menino respondeu: “é mais possível colocar toda a água do mar neste buraco do que tentar colocar o mistério da Trindade em sua cabeça”.
Muito mais do que somente estudar sobre este dogma de fé, somos convidados a celebrar a comunhão de amor da Santíssima Trindade, e sobretudo, a desejar e nos esforçar para um dia sermos dignos de vislumbrar no céu, o esplendor do Deus Trino.