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Palavra do Padre
ALOISIO VIEIRA

MÊS DE setembro de 2025
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As 5 maiores leis do mundo – 2ª Lei

Conforme dissemos no mês passado, observando o comportamento humano, podemos inferir tendências que podem facilitar ou dificultar a vida da pessoa: muitas vezes, sem que ela mesma atente para isto. Mas, graças a Deus, sempre tem uma pessoa, ou mais, que consegue perceber e as expõe, para proveito de todos. São padrões de comportamento que podem nos ajudar a resolver os problemas deforma mais rápida.

Como dissemos no mês passado, vamos conversar sobre as cinco maiores leis do mundo, uma por mês, dentro do campo religioso. Este mês vamos conversar sobre a segunda lei, que é chamada Lei de Kindle, que diz o seguinte: “Ao escrever claramente o problema em que você está pensando, o assunto se torna parcialmente resolvido.”

Pense nisto: quem não tem em mente a casa pronta, não suporta a bagunça da obra. Quando estamos envolvidos no processo, com a atenção voltada exclusivamente para o processo, não conseguimos ver o todo e a ansiedade toma conta, levantando hipóteses, algumas dela, absurdas, e nos levando a queixas exageradas. Isto esgota as nossas energias, nos sobrecarrega, nos cansa. Somos engolidos. Fica claro que, em nossa mente, não conseguiremos ver o fim do túnel, a saída. Então entra a lei de Kindle. É como colocar para fora e depois ver o problema separado de nós, distinto, ver de longe. Então vemos que a coisa está andando, está acontecendo. Apesar da obra ou em meio a obra, a casa está despontando.

Mas, há também aquele problema que ainda não é processo, que nos vem antes de pensar no projeto, como por exemplo, construir uma casa ou um ponto de comércio. Então, nos assentarmos e colocamos os prós e contras de construir uma casa e os prós e contras de construir um ponto de comércio e pensamos nisto. Agir desta forma poderá nos ajudar a decidir. Se ficarmos só matutando sobre isto, pode ser que não cheguemos a uma solução.

Para o cristão de fé sólida, a Bíblia oferece muitos ensinamentos e princípios que nos ajudam a lidar com problemas e encontrar soluções. Embora ela não forneça respostas específicas para todas as situações modernas, seus ensinamentos abordam os fundamentos espirituais, emocionais e práticos para resolver desafios de maneira sábia e eficaz.

Não devemos nos esquecer que a clareza é um dom que Deus nos oferece ao pedirmos discernimento em nossas dificuldades. Escrever nossos problemas é uma prática de reflexão e, muitas vezes, uma forma de oração. Em Habacuque (2,2) Deus ordena: “Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a leia até quem passa correndo.” Organizar nossos pensamentos por meio da escrita nos permite compreender o problema em detalhes, buscar soluções e apresentar nossas preocupações ao Senhor. Essa prática nos ajuda a enxergar a ação de Deus, mesmo nas questões mais complicadas.

Além disso, escrever nossos desafios pode ser um ato de entrega a Deus, como vemos nos Salmos, onde Davi frequentemente colocava suas súplicas e lutas em palavras. Em Salmos (55,22) somos convidados: “lance sobre o Senhor a sua ansiedade, e Ele o susterá.” Esse processo traz alívio e direcionamento, pois nos ajuda a recordar que Deus caminha conosco. Assim, enquanto organizamos nossas angústias por escrito, damos o primeiro passo para reconhecê-las, enfrentá-las e confiar no auxílio do Senhor.

Espiritualmente, essa lei pode ser vista como um convite à oração mais concreta e reflexiva. Quando enfrentamos dificuldades ou dúvidas, colocar nossos pensamentos diante de Deus de forma clara, seja em oração verbal ou escrita, ajuda a ganhar clareza espiritual. Isso se assemelha à prática de muitos santos, como Santa Teresinha do Menino Jesus, que mantinham diários espirituais para registrar as próprias batalhas, dúvidas e graças recebidas. A prática de “escrever o problema” também pode ser um ato de entrega a Deus. Em Filipenses (4,6), São Paulo nos exorta: “Não andeis preocupados com coisa alguma; em tudo, entretanto, sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus, pela oração e súplica, com ações de graças.” Nossa vida espiritual é profundamente enriquecida quando somos honestos e sinceros com Deus, apresentando a Ele nossos problemas, medos e limitações.

Vou dar um exemplo: Maria está enfrentando conflitos no casamento e sente que os problemas são confusos e difíceis de resolver. Durante uma conversa com seu diretor espiritual, ele a incentiva a escrever suas angústias em um diário de oração. No processo de escrever, ela percebe como algumas situações podem ser trabalhadas e parte do estresse é desfeito ao confiar a Deus suas dificuldades. Isso reflete como a prática de organizar os pensamentos pode começar a trazer clareza e soluções.

Pe. Aloísio Vieira