Quando falamos de liberdade, de forma geral, somos inclinados a pensar que só o ser humano pode ser livre; mas, a questão é complexa e envolve vários saberes, incluindo filosofia, teologia, biologia e psicologia.

Na filosofia, a liberdade é frequentemente associada à capacidade de agir segundo a própria vontade, sem estar sujeito à coerção ou determinismo. Nesse sentido, muitos filósofos argumentam que apenas os seres humanos possuem liberdade no sentido pleno, pois são capazes de reflexão, autoconsciência e podem tomar decisões baseadas em razões, ética e moralidade.

Em muitas tradições religiosas, os seres humanos são vistos como únicos em sua capacidade de escolher livremente entre o bem e o mal, uma visão que frequentemente se baseia na crença de que os seres humanos possuem uma alma ou espírito livre. Por exemplo, no Cristianismo, a liberdade é um tema central, com a crença de que Deus concedeu aos seres humanos o livre-arbítrio.

Do ponto de vista da biologia e da psicologia, a liberdade pode ser vista de maneira diferente. Animais não humanos demonstram graus de autonomia e capacidade de tomar decisões, especialmente em ambientes complexos e sociais. No entanto, alguns animais exibem comportamentos que sugerem formas de consciência e até mesmo de tomada de decisão que poderiam ser vistas como formas de liberdade; porém, a capacidade de refletir sobre essas escolhas, ponderar alternativas morais e éticas e agir com base em princípios abstratos é geralmente vista como única dos seres humanos.

Assim sendo, a liberdade é um tema complexo, pois é um conceito multifacetado que inclui liberdade física, psicológica, moral e metafísica. Enquanto os seres humanos podem experimentar e refletir sobre todas essas dimensões de liberdade, a experiência de outros seres vivos pode ser mais limitada ou diferente em natureza. A discussão também envolve o debate entre determinismo e livre-arbítrio. O determinismo sugere que todos os eventos, incluindo escolhas humanas, são determinados por causas anteriores, o que colocaria em xeque a própria noção de liberdade. A capacidade de ser consciente de si mesmo e de refletir sobre a própria existência é frequentemente citada como uma condição para a verdadeira liberdade. Essa autoconsciência permite que os seres humanos considerem suas ações e escolhas de uma maneira que parece ser única. Em resumo, a definição de liberdade pode variar significativamente dependendo da perspectiva adotada.

Quando falamos de liberdade humana, na forma individual e social, podemos citar quatro tipos essenciais: Liberdade de Expressão; Liberdade de Imprensa; Liberdade de Consciência e Liberdade de Religião. Dentro deste âmbito, o antônimo de liberdade é: obrigar, sujeitar, oprimir, submeter, tiranizar, subordinar, inferiorizar, escravizar, coagir, constranger, subjugar, dominar, reprimir, coibir, constranger, sufocar.

Resumindo, a liberdade humana sempre vai depender do outro e/ou da sociedade, além de mim mesmo; ou seja, não estar preso ao antônimo de liberdade supõe tomar decisões em minha própria vida, de forma independente e refletida, e arcar com as responsabilidades advindas destas decisões, tanto pessoais quanto sociais.

Falamos, neste artigo, um pouco sobre a liberdade, considerada no âmbito das ciências e quanto ao aspeto externo ao indivíduo. No mês que vem vamos refletir um pouco sobre a liberdade, no âmbito interno do ser humano. Não perca a próxima reflexão.

Pe. Aloísio