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Palavra do Padre
ALOISIO VIEIRA

MÊS DE novembro de 2021
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Reflexão sobre o livre arbítrio

No decurso de nossas vidas fazemos coisas, falamos e assumimos posições, por livre e espontânea vontade ou contra a nossa livre e espontânea vontade. Assumir as consequentes responsabilidade quando agimos de forma intencional, em outras palavras, usando o nosso livre arbítrio, é o mínimo que se espera de qualquer pessoa. Agora, quando agimos de forma não intencional, em outras palavras, contra o nosso livre arbítrio, ou seja, quando somos forçados ou por fraqueza ou por ignorância, as coisas mudam. Mesmo assim, aquele remorso toma conta de nosso ser, pois temos culpa não intencional; somos culpados, mas não queríamos ter agido daquela forma. É este remorso que nos faz crescer, mudar, amadurecer.

Devemos ser gratos, por assim dizer, pelos nossos erros, falhas, fraquezas, ignorância que resultam, em nós, no arrependimento. O mesmo pode ser dito das lutas, dos apuros, das dificuldades, das tribulações. São estas coisas que nos fazem dar o salto de qualidade em nossas vidas, amadurecer. Quem não teve ou não tem isto na vida, dificilmente amadurecerá, crescerá. “É a enxada, no trabalho de sol-a-sol, que faz calo nas mãos”. É por isto que, antigamente, a juventude ia até os 15, 16 anos de idade e, hoje, vai até os 30, 35 anos de idade, para muitos. A prova disto é o Sacramento da Crisma, Sacramento da adultêz, da maturidade na fé, celebrado pela Igreja aos jovens dos 15 para os 16 anos.

A despeito do que já foi dito aqui, há aquelas pessoas que fazem coisas, falam e assumem posições, por maquiavelice, ou seja, de livre e espontânea vontade decidem agir para prejudicar os outros, para aferir vantagens ou para manipular seu semelhante. São pessoas perversas.

A psicanálise classifica a personalidade em três categorias: neuróticos, psicóticos e perversos. Cerca de noventa por cento das pessoas são neuróticas, isto é, sofrem por causa de sua submissão às regras socioculturais, enquanto não se ambientam, assimilam, digerem. ‘A socialização gera dor como que de parto’. Mas, mesmo a assimilação, o que muitos da área chamam de ‘domesticação’, não termina de vez com o sofrimento. É a luta entre o pessoal e o coletivo que faz a sociedade progredir. Já os psicóticos frequentemente são aqueles que tem alucinações, para mim o termo é incorreto, e são chamados de pessoas especiais. Por fim, os perversos são os que não aceitam as convenções sociais, mas sabem fingir bem segui-las; geralmente este posicionamento se manifesta quando a pessoa ainda é criança e é confrontada com as regras sociais, de modo especial as proibições (matar, roubar, enganar etc.), ou seja, ela se descola das regras sociais e se desenvolve aprendendo a ludibriar, mentir e burlar estas mesmas regras, causando dano aos outros, sem sentimento e culpa ou remorso, e mais, procurando se satisfazer com o sofrimento dos outros. Aprendem a identificar o sentimento alheio e a tirar proveito dele. Aos primeiros sintomas da perversidade, os pais devem agir, não deixando que progrida, devem levar as suas crianças a se adaptarem às regras sociais.

Concluindo, seja por livre e espontânea vontade ou contra a livre e espontânea vontade ou ainda por perversidade, as pessoas entendem o que lhes convém ou o que são capazes de entender. Sendo assim, não devemos dar tantas explicações, contanto que saibamos que fazemos o bem e que não estamos aqui para prejudicar ninguém, apenas sigamos o nosso caminho em paz.