É normal que tenhamos expectativas quanto ao futuro, quanto aos nossos familiares, quanto à sociedade, quanto aos nossos relacionamentos e até quanto a nós mesmos. No entanto, faz-se necessário dosar estas expectativas. Não podemos esperar muito, pois certamente vamos nos decepcionar. Esperar muito significa exigir mais do que será possível realizar, progredir, evoluir. É praticamente impossível satisfazer a uma alta expectativa. Thomas Sowell disse: “Quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos podem satisfazê-las”. Por outro lado, esperar pouco de nosso futuro, de nossos familiares, da sociedade, dos nossos relacionamentos e até de nós mesmos é não contribuir para a evolução, para o progresso; é deixar permanecer no marasmo a nós mesmos, a nossa família, nossos relacionamentos, a sociedade.
É natural que queiramos responder às expectativas a nosso respeito. Deixar de responder às expectativas faz com que nos sintamos fracassados, nos frustra. Deixar de lado as expectativas a nosso respeito, não se importar com o que esperam de nós, é deixar de fazer parte, alienar-se, colocar-se fora do todo, da sociedade, não pertencer ao conjunto do qual, querendo ou não, fazemos parte, é isolar-se. E ninguém quer isto.
Mas, como dosar as expectativas que os outros têm a nosso respeito? A resposta é: mostrando do que somos capazes e do que não somos capazes. Devemos saber de nossas habilidades, de nossos talentos, de nossos dons; devemos saber do somos capazes e do que não somos capazes e deixar que os outros também saibam disto. Não é vergonha ou nos mostrar menores do que os outros, reconhecer que não somos capazes disto ou daquilo. As pessoas ao nosso redor, então, vão saber o que podem e o que não podem esperar de nós.
O contrário também é verdade. Sabendo do que as pessoas, ao nosso redor, são capazes ou não, podemos medir o que esperar e o que não esperar delas.
No entanto, há o mínimo que podemos esperar dos outros e que eles podem esperar de nós. E isto é definido pelo nosso comportamento, nossas atitudes, como também pela cultura na qual estamos inseridos e pelo lugar que ocupamos na sociedade. Diante dos fatos, o nosso comportamento e as nossas atitudes dão uma ideia do que somos ou não capazes. Também, como nos colocamos dentro da cultura de nosso povo, esta dá uma noção de nós mesmos. Por fim, o lugar que ocupamos na sociedade. Ser pai ou mãe de família, ser filho, ser irmão, ser amigo, ter esta ou aquela profissão, ser jogador amador ou profissional de futebol, ser membro da Igreja, atuando neste ou naquele grupo eclesial etc. Por exemplo, sendo mecânico de automóveis a gasolina e a etanol, é esperado que eu saiba solucionar os problemas mecânicos que estes carros apresentam. Se tal coisa faz parte da minha profissão, de minha ocupação, faz parte do que eu faço, eu tenho obrigação de saber.
Se fracassamos neste mínimo que os outros podem esperar de nós, seremos menosprezados, deixados de lado, não contarão conosco e nos sentiremos ‘carta fora do baralho’; um tijolo quebrado, na construção, que fica sendo rejeitado até que seja necessário para tapar algum buraco, para o qual não vão estragar um tijolo bom.
De modo geral, precisamos ajustar o que esperarmos daqueles que estão ao nosso redor e dos demais, como também ajustar o que os outros podem esperar de nós.
Convido você a fazer parte da sua comunidade, tornando-se mais uma pessoa a serviço de Deus, caso ainda não faça parte. Deus abençoe.
Pe. Aloísio Vieira