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Palavra do Padre
ALOISIO VIEIRA

MÊS DE setembro de 2024
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Ser católico não é difícil

Já colocamos, em outros artigos, que boa parte das pessoas concordam e vivem o Evangelho, enquanto não são exigidos, enquanto não são questionados, enquanto não precisam mudar seu comportamento, seu estilo de vida etc. Quando é necessário conversão, isto é, deixarem de viver como estão vivendo e adotarem uma nova maneira de viver, para estarem de acordo com o que Nosso Senhor Jesus Cristo ensina, deixam o cristianismo ou querem fazer ‘vista grossa’, varrer para debaixo do tapete aquilo que, em suas vidas, não condiz com o Evangelho. Recentemente uma nova conduta tem sido adotada, ou seja, algumas pessoas vivem de forma contrária ao Evangelho, assumem que estão vivendo assim e que não vão mudar e acham ruim quando alguém diz que estão em pecado, dizendo que estão sendo discriminadas, excluídas e marginalizadas. A verdade é que o cristão, de fé genuína, vive em constante conversão, crescimento na fé, amadurecimento e santificação.

Então é difícil ser católico? É difícil ser católico. Ninguém disse que seria fácil. Algumas pessoas dizem que cansaram da igreja e largaram, pois, estão em um novo relacionamento e não podem comungar ou querem se “casar” novamente e não podem. Outros dizem que largaram o marido e arranjaram uma companheira ou largaram a esposa e arranjaram um companheiro e quer casar na Igreja. Não podem, a Bíblia diz que o casamento é entre um homem e uma mulher. Aí vem como discurso de que estão sendo discriminados, excluídos e marginalizados. Daqui a pouco vão querer casar com o seu bichinho de estimação, gato, cachorro, periquito, papagaio, iguana etc.

Ser católico é difícil, porque ser católico não dá prazer. Sendo católico você não tem prazer. Ir à Santa Missa não dá prazer. Mas, então o que sentimos? Uma satisfação interior. O cristão vive de satisfação interior. Seria o prazer espiritual. O cristão vai à Santa Missa não é pra sentir prazer humano, sentir-se bem humanamente falando. O cristão, depois da Santa Missa, dever sair espiritualmente alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, revigorado, redivivo, restaurado em sua fé, com suas feridas espirituais (caso as tenha) curadas. Os problemas não vão desaparecer, o contexto no qual o cristão está vivendo não vai deixar de existir porque foi à Santa Missa. Nem tão pouco a Santa Missa é um hiato na vida cristão, onde ele esquece os problemas e o contexto onde está inserido, por uma hora (tempo da Santa Missa) e depois volta à realidade.

A Santa Missa tem também o aspecto questionador da fé do cristão. Incomoda, chama a atenção para aspectos inquietantes. Este é outro fator, muitos deixam de ir à Santa Missa porque nela foi pregado algo que não gostou, que o questionou, que o incomodou. Estes buscam, na Santa Missa, somente um ombro onde chorar as mágoas, onde receber alento, somente uma palavra de conforto. E estão certos, a Santa Missa tem também esta função. Mas, se fosse só isto, não haveria crescimento, amadurecimento na fé; apenas um anestésico para curar as dores do dia-a-dia.

Os cantos da igreja não dão prazer, mas dão satisfação espiritual. Tem uma parte interessante da Bíblia que fala da queda de Lúcifer, com seus milhões de anjos. Estavam unidos a ele. E o profeta Isaías diz que ele caiu e levou a harpa (Is.14,12-15). A música do mundo tem sua inspiração aí. A música de Deus tem inspiração no céu. Na harpa dos anjos. A diferença é que a música ungida, a música de Deus me traz satisfação, louvor, adoração, desejo de Deus, sede de conversão. A música do mundo dá saudade, faz ser triste, faz pular, faz ter desejo sexual etc. Por isso as pessoas ficam com um pensamento cheio de coisa feia. A música do mundo mexe com a carne, com as emoções etc. A música do céu mexe com a alma.

No entanto, as pessoas confundem as coisas, achando que as músicas do mundo, que mexem com os sentimentos, com as emoções e com as paixões desordenadas, podem nos levar a Deus. Num primeiro instante pode até ser, pois emocionalmente podem nos predispor à satisfação, ao louvor, à adoração, ao desejo de Deus, à sede de conversão; em outras palavras, provocam isto no campo apenas das emoções, dos sentimentos, das paixões desordenadas; mas, não tocam a alma. Isto quer dizer que a disposição de fé fica na dependência das emoções, do sentimento, das paixões.

É aconselhável tomar cuidado com isto; pois, podemos achar que estamos convertidos, mas a base é muito fraca.

Pe. Aloísio