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06/09 Eclesiologia
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2º Encontro

O que é Eclesiologia?
O assunto Eclesiologia, se refere ao estudo sobre a Igreja. Trata-se de uma busca em compreender melhor a Igreja, a sua caminhada, seu modo de ser, desde a sua origem aos tempos atuais. Na verdade, quando falamos de Igreja falamos de nós mesmos, comunidade de irmãos, comunidade de batizados/cristãos.

1.A comunidade de Jesus
Os evangelhos descrevem um fato fundamental, Jesus formou em torno de si um grupo, uma comunidade de discípulos. A comunidade dos discípulos é o modelo exemplar para o que deve ser a Igreja, o novo povo de Deus.

A comunidade de discípulos, tal como aparece nos evangelhos, é grupo relativamente amplo, isto é, não se limita aos “Doze” ( Mt 8,21 e 27,57). Era grupo numeroso: setenta e dois deles foram enviados por Jesus à missão especial (Lc 6,17; 19,37; Jo 6,60), muitos dos quais deixaram de seguir Jesus (6,66)…

Em repetidas ocasiões, os evangelhos distinguem nitidamente o grupo de Jesus do povo em geral (Mt 9,10;14,22; Mc 2,15;3,9;5,31;6,45;8,34;9,14;10,46…). Trata-se, portanto, de grupo de pessoas diferenciadas, unidas por vínculo especial, podemos falar de comunidade.

Entre os membros desta comunidade, Jesus escolheu doze (Mt 10,1-4; 11,1; 20,17; 26,20; Mc 3,14-16; 4,10; 6,7; 9,35; 10,32; 9,1;18,31; Jo 6,67-71; 20,24. A estes doze discípulos Jesus conferiu missão e poderes especiais ( Mt 10,1;67…). A eles comunicou o Espírito , que após a Ressurreição lhes havia prometido ( Lc 24,49; At 1,5-8), para que fossem suas testemunhas “ em Jerusalém e em toda Judéia e Samaria e até os confins da terra”. De fato, estes Doze desempenham missão de primeira importância na constituição da Igreja (1 Cor 15,5; Ap 21,14).

Os Doze têm também dimensão simbólica: representam as “doze tribos de Israel” (Mt 19,28; Ap 21,14-20), simbolizando a plenitude do Povo de Deus. Assim como o povo de Israel foi a expansão e multiplicação dos doze filhos de Jacó, assim a Igreja, novo Povo de Deus, não é outra coisa que posteridade e desenvolvimento dos doze apóstolos .
2. O que é a Igreja

É a comunidade dos que respondem à convocação de Jesus: “Eles ouvem a minha voz”.

3. Como é que a Igreja surge concretamente no meio dos homens? Qual é o mínimo necessário para que uma comunidade possa ser chamada Igreja?
A Igreja é o oferecimento salvífico de Deus, e simultaneamente, aceitação humilde do homem. A FÉ é o ato pelo qual o ser humano se abre para Deus e acolhe em sua vida a salvação.
A FÉ é anterior à Igreja particular, concreta e institucionalizada e constitui o PRINCÍPIO estruturador da Igreja particular. A Igreja se define, antes de tudo, como COMUNIDADE DE FÉ, comunidade dos que crêem, assembleia que se reúne por causa da fé.

4. A Igreja é um povo
“ Povo”, em grego, se diz “laós”, que deu origem a “leigo”. A Igreja é, em primeiro lugar, a Igreja dos leigos. “Povo é “conjunto de indivíduos que falam a mesma língua, têm costumes e hábitos idênticos, afinidades de interesse, história e tradições comuns”.
Deus constitui um povo, e é todo esse povo que crê em Jesus, que ouve o chamado de Deus e se torna sinal de unidade e salvação.
5. Como nasce a Igreja?
O Povo de Deus (= a Igreja) nasce ou constitui-se a partir de dois apelos: a PREGAÇÃO do Evangelho ( Rm 10,14-17; 2Ts 2,13-15) e o convite da graça, ou AÇÃO DE DEUS ( At 16,14; Jo 6,44; 2 Co 1,21-222). Em outras palavras: é a palavra, em união com o Espírito Santo, que gera a Igreja.
Os judeus da Samaria, ouvindo a pregação de Filipe, que “anunciava a boa nova do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, também receberam a palavra e foram batizados” ( At 8,12-14).
A Igreja de Corinto nasce da pregação de Paulo (2 Cor 3,3). “ Fui eu que, por meio do Evangelho, vos gerei em Cristo Jesus.” ( 1Cor 4,15)
Os efésios foram incorporados ao Povo de Deus porque acreditaram na palavra da verdade, a boa nova da salvação (EF 1,13).

6. Imagens da Igreja presentes na Bíblia
A Bíblia, para nos mostrar em que consiste o Povo de Deus, a Igreja, utiliza diversas comparações.
O elemento fé em Deus, união com Deus, que constitui a Igreja, está presente nas diversas imagens que a Bíblia utiliza para comparar o Povo de Deus ( Igreja)

a) O Povo de Deus é como um REDIL
Uma só porta, cercada de muros. Esta única porta de acesso é Cristo (Jo 10,1-10). Somos muitas ovelhas, que formam um único REBANHO, pois somos dirigidos por um único pastor, Jesus Cristo
( Is 40,11; Ez 34,11ss).

b) O Povo de Deus é como uma LAVOURA, o “campo de Deus” (parábola do semeador). Somos plantas de diversas qualidades, mas unidas num único pedaço de terra, cercado e cuidado por um Lavrador ( 1 Cor 3,9).

c) O Povo de Deus é como uma ÁRVORE: Cristo é o tronco e nós os ramos unidos a ele ( Jo 15,1+5). Somos ramos de oliveira brava enxertada na oliveira boa, Jesus Cristo ( Rm 11,16-22)

d) O Povo de Deus é como um CORPO: diversos membros, cada um com sua função específica, mas unidos entre si, formando um único corpo vivificado por um único Espírito e tendo por cabeça, Cristo. Todos trabalhando harmoniosamente em função do todo
( 1 Cor 12,12ss, Rm 12,4-5; Ef 4,12-16; Cl 3,15.

e) O Povo de Deus é como uma CASA: somos uma multidão de “ pedras vivas”, unidas numa única construção e tendo Cristo por alicerce como “ pedra fundamental” ( 1 Pd 2,4-5).
“ A Ele haveis de chegar-vos, como pedra viva rejeitada pelos homens, junto de Deus, porém escolhida, preciosa e vós como pedras vivas, sede edificados em Casa Espiritual…” ( 1 Pd 2,4-5).
“ Vós sois edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas, sendo pedra angular o próprio Jesus. Nele se une toda edificação , Nele vós também sois edificados para a morada de Deus, no Espírito” (Ef 2,20).
Templo – caráter individual: cada cristão é templo do Espírito Santo
(1 Cor 6,19).
Casa Espiritual – caracteriza coletivamente as comunidades cristãs, santos ( 1 Pd 2,5).
Cidade Santa – todos universalmente são Cidade de Deus
(Ap 21,1-10).
f) O Povo de Deus é como uma ESPOSA: No Antigo Testamento os laços esponsais entre Deus e seu povo significam que esse povo é chamado a viver a própria vida de seu esposo.

g) Cristo compara a sua missão com as núpcias ( Mt 25,1-13;22,2-14); a pregação de Cristo é apresentada por João Batista ( JO 3,29) e por Ele próprio ( Mt 9,15 como festa de casamento, por sua morte Cristo se entrega por sua Esposa e a santifica ( Ef 5,25-28); adquiriu-a com seu sangue (At 20,28)… A figura da esposa exprime: aliança indissolúvel, fidelidade, amor mútuo, fecundidade.

h) O Povo de Deus é como uma FAMÍLIA: Deus é o nosso Pai. Nós somos filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Em Cristo, Deus nos ofereceu a possibilidade de sermos filhos adotivos:

7. A Igreja é uma comunidade local

A Igreja é una
Assim como há um só Pai, um só Senhor, um só Espírito, um só Pão, um só Batismo, uma só Fé, assim há uma só Igreja (Ef, 4,4-6). Esta Igreja é universal e abarca todos os fieis, qualquer seja sua origem, raça, nação, cultura, época.

A Igreja é múltipla
É formada por multiplicidade de comunidades diferenciadas segundo a cidade, a província, e por condicionamentos socioculturais locais e singulares (1Ts 2,14; 1 Cor 1,19; 2 Cor 8,1; At 15,41; 16,5; 18,22).

São Paulo emprega a mesma expressão “ Igreja” para as várias formas de visibilização: referindo-se à família ( a Igreja que se reúne na casa de Prisca e Áquila…), à cidade (a Igreja que está em Corinto…), à província ( a Igreja que está na Galácia, Macedônia, Ásia.) uma Igreja difusa nas várias regiões do Império.

A Igreja no Brasil está organizada em 17 regionais, cada um englobando uma série de dioceses.

A Diocese é a porção do Povo de Deus confiada ao pastoreio do Bispo, com a cooperação dos Presbíteros, de tal modo que, unindo-se pelo Evangelho e pela Eucaristia, reunida por Ele no Espírito Santo, constitue uma Igreja particular, na qual está verdadeiramente presente e operante a Igreja de Cristo,Una, Santa, Católica e Apostólica

8. A Igreja, sinal do Reino de Deus para o mundo

A Igreja não é o Reino de Deus, mas levanta para Ele os olhos, vai ao seu encontro como povo peregrino e prega-o ao mundo como seu arauto. Ela é seta (sinal) que indica, remete para o Reino de Deus. É chamada a ser Luz, Sal, Fermento para o Mundo, da realidade trazida por Deus.

9. Igreja, comunidade que se organiza

Jesus não deixou nenhum modelo preestabelecido de como organizar a sua Igreja. As comunidades cristãs primitivas organizaram-se com bastante liberdade, atendendo às necessidades concretas. Com o passar do tempo, uma forma de organizar a Igreja, predominou a romana.

10. Igreja Ministerial

A vida da comunidade Igreja expressa-se através de serviços (ministérios). Desde o Concílio Vaticano II (1962-65) a Igreja tenta devolver ao leigo o seu lugar ativo e co-responsável dentro dela, através de atitudes democráticas e participativas. Toda comunidade cristã se estrutura ao redor de 4 campos de ação:

a) Anúncio Evangélico: são todos os ministérios ligados à Palavra, à reflexão, à produção de textos e símbolos, em função de anunciar a boa nova de Jesus: ministros da Palavra, evangelizadores, cantores, , catequistas, orientadores de cursos etc.

b) Celebração: a comunidade festeja a presença do Ressuscitado, toda a liturgia: ministros da Comunhão da Palavra, ministério da música, leitores etc.

c) Ação no Mundo: serviços que os cristãos prestam para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, Pastoral da Pessoa Idosa, da Criança, SSVP, Fé e Política, etc.

d) Coordenação: pessoas que, em nome de Jesus e do Evangelho, animam e articulam em todos os eixos em função do bem da comunidade, da missão no mundo, da unidade. Esta tarefa é assumida pelo Papa, pelos Bispos, Párocos, Coordenadores de comunidades, de Pastorais, Movimentos e Serviços

O Concílio Vaticano II ( 1962-65) promoveu uma profunda revisão na Igreja, corrigindo muitas unilateralidades, fazendo novas acentuações, revalorizando aspectos esquecidos, retomando caminhos interrompidos. A Igreja sentia necessidade de renovação, diálogo, com o mundo, com os leigos, com os irmãos separados, com as outras religiões.

“A Igreja quer reformar-se, corrigir-se, esforçar-se para recuperar aquela conformidade com seu Divino Modelo que constitui seu dever fundamental… Só depois deste trabalho de santificação interior é que a Igreja poderá mostrar-se ao mundo inteiro e dizer: “ Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9

A Igreja e sua relação com o mundo
“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo.
Assim, hoje, mais do que ontem, a Igreja sente-se verdadeiramente solidária com a humanidade e com sua história.

A Igreja humilde e peregrina
A Igreja da qual necessitam os homens de hoje, não é Igreja acabada, pronta e concluída. É, ao invés, Igreja sempre em formação, consciente da necessidade de converter-se, renovar-se e purificar-se.
Ouvindo, sempre de novo, o Evangelho de Jesus e olhando para sua história, para vencer a tentação do triunfalismo, a Igreja toma consciência de que “não foi instituída para buscar a glória terrestre, mas para proclamar, também pelo seu próprio exemplo, a humildade e a abnegação”.

Da uniformidade para o pluralismo
A unidade da Igreja nasce da unidade da Trindade. Compreendendo a sensibilidade do homem contemporâneo, a Igreja enfrenta o desafio de crescer e de construir a unidade, na rica diversidade da qual ela é constituída e no acolhimento de um mundo pluralista.

Esse desafio implica partir do acolhimento dos valores humanos e das sementes do Verbo presentes nas diversas culturas, numa atitude de escuta, simpatia e atenção e apreciá-las à luz do Evangelho. Entre as mais urgentes tarefas da evangelização, que é a razão de ser da Igreja, está a inculturação.

Vocação e missão dos leigos
O Concílio Vaticano II definiu a Igreja como Povo de Deus. Nela é comum a dignidade de todos os seus membros, que têm a mesma Fé, o mesmo Batismo e participam da mesma Eucaristia. Disso nasce novo perfil de Igreja, aberta à presença ativa dos leigos. Disso resulta, também, nova compreensão do exercício da missão do padre.
Os leigos exercem na vida da Igreja, tarefas importantes no ministério da Palavra, nas celebrações, na administração, nas pastorais, nos conselhos, nas assembleias e nos variados movimentos e serviços.

Missão dos leigos na sociedade
“ O campo próprio da sua atividade evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional e outras realidades como sejam: o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento” .
O Concílio Vaticano II revaloriza o sacerdócio comum dos fieis. Enfatiza as diferenças entre padres e leigos e mostra o que lhes é comum, padre e leigo formam um todo que é o povo sacerdotal.

Igreja universal e Igreja particular
Os cristãos, desde o seu início, tinham consciência plena de constituir parte de grande comunidade, que nem espaço nem o tempo poderiam delimitar. Foi assim que o Senhor quis a sua Igreja: universal, sem limites nem fronteiras, espalhada por todo o universo e unindo todos os seus membros.
Esta dimensão de universalidade constitui elemento fundamental da Igreja de Jesus. Entretanto, a abertura para as riquezas da Igreja particular corresponde à sensibilidade especial do homem contemporâneo, pois a Igreja universal encarna-se, de fato, nas Igrejas particulares. Estas são constituídas por uma porção de humanidade bem concreta que fala determinada linguagem, possui certa herança cultural, passado histórico e substrato humano muito específico.
A Igreja particular tem o papel de assimilar o essencial da mensagem evangélica e de fazer com que ela se torne vida, no modo de orar de Maria, de encarar a vida e o mundo, nas situações concretas em que vivem as pessoas .

A Igreja e Estado
Decorridos muitos anos de evangelização em nosso continente, olhamos o nosso passado. Constatamos a associação entre evangelização e colonização, associação reforçada por um particular regime de colaboração entre Igreja e Estado. Isso limitou e condicionou a atuação da Igreja.
A aplicação do Vaticano II à realidade latino-americana, que teve em Medellín um ponto alto, destacou, de modo fundamental e definitivo, a evangélica opção pelos pobres. A participação na transformação do mundo aparece claramente como uma dimensão constitutiva do Evangelho e, por isso, da missão da Igreja.
Nos últimos decênios, a missão profética da Igreja exigiu dela posicionamentos evangélicos na defesa dos pobres e da dignidade do ser humano. Esses posicionamentos, em muitas ocasiões, colocaram a Igreja em conflito com as autoridades constituídas, tantas vezes a serviço de grupos privilegiados. Como seu fundador, pagou o preço por sua fidelidade, o grande mandamento do amor ao próximo e a situação angustiante na qual se encontram tantos filhos da Igreja e outros irmãos, são a fonte da indispensável dimensão social da atividade eclesial.

Evangelização
Impulsionada pelo Concílio Vaticano II e pela experiência dos anos seguintes, a Igreja toma consciência que ela existe para evangelizar e das exigências intrínsecas da evangelização e da unidade profunda que deve presidir a todo o processo de evangelização inculturada. A primeira exigência é o serviço, como testemunho do amor gratuito de Deus para com cada pessoa. Por ele se reconhece a dignidade fundamental do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus .
A segunda exigência consiste em abrir-se ao diálogo, não como mera tática de conquista ou como jogo de interesse, mas como reconhecimento do real valor do outro como ser humano, querido e amado por Deus .
A terceira exigência é o anúncio de Jesus Cristo e de seu Evangelho. A Igreja não pode esquivar-se ao mandato de Cristo, não pode privar os homens da Boa nova de que Deus os ama e salva .
A quarta exigência está na vivência da fé eclesial, de tal modo que as comunidades cristãs sejam sinal da presença divina no mundo .
Na nova evangelização a Igreja destaca o querígma, que é o anúncio do Deus de Jesus Cristo. O Pai que nos ama, que é cheio de misericórdia, que em nós confia, que acompanha a família humana em sua história, que nos aguarda em sua casa. Em Cristo vemos o Pai. A identidade do cristianismo é indicar, em Jesus Cristo, Deus que vem ao nosso encontro e nos oferece seu amor.

CONCLUSÃO

Podemos dizer que a Igreja vem de Jesus Cristo, enquanto Ele organiza o grupo dos doze e a comunidade dos discípulos para dar continuidade à sua Missão. Jesus se apresenta como a Videira (Jo 15,1-6) e cada membro da Igreja como os ramos ligados ao tronco principal que é Ele mesmo. O Pai é o agricultor que cuida de cada ramo, ou seja, de cada membro deste corpo místico que é a Igreja, para que produza muitos frutos.

• Igreja: Realidade divina
Realidade humana / história formada por pessoas
• Modelos de Igreja – Práticas eclesiais : Igreja + aberta
Igreja + fechada
1) Igreja: Centrada na hierarquia
Centrada no povo de Deus
• A Igreja, antes de ser hierarquia, é povo de Deus. Do povo de Deus, surgem os ministérios: ordenados e não ordenados.

• O povo de Deus é chamado para uma missão no mundo – Ser presença, Fermento Novo, Sal na Terra e Luz no Mundo, ser sinal de salvação.

• Há várias maneiras de pertencer ao povo de Deus, à Igreja de Deus. Daí a dimensão ecumênica. Buscar o que é comum.

• A teologia de povo de Deus propõe:
1) Superação da teologia das duas categorias de cristãos: clero e leigos.
2) Superação da distância entre clero e leigos.
• Entre ministros ordenados e não ordenados, deve haver um espírito de colaboração.

1) A Igreja nasce com Jesus Cristo, para ser continuadora da sua missão. É a comunidade dos seguidores de Jesus, que se reúnem em assembleia para traçar rumos na caminhada. É a comunidade dos que creem em Cristo.
2) A Igreja é aonde o plano de Deus se realiza em sua integridade. Ela não é o Reino e nem é a salvação, ela é sinal do Reino e da salvação.
3) Como sinal da salvação, a Igreja é o lugar onde o cristão cresce na fé, vive e desenvolve a sua espiritualidade.
4) O principal não é a Igreja, mas a missão de Jesus e o Reino de Deus.
5) Com a institucionalização da Igreja, a mesma passou a significar a hierarquia: Papa, Bispos e Padres. Com o Vaticano II, há uma tentativa de recuperar o significado de Igreja: POVO DE DEUS.
6) Medellin: Opção pelas Comunidades Eclesiais de Base, reafirmado em Puebla; Puebla: Eclesiologia de comunhão e participação: Aparecida: Protagonismo eclesial, Igreja de discípulos missionários. Em Aparecida, opção por uma Igreja em estado permanente de Missão (Igreja missionária a serviço da vida).
7) Todos fazem parte do Povo de Deus: leigos e ordenados. A hierarquia está dentro do Povo de Deus, a seu serviço. Daí o esforço de superar a concepção de Igreja como “sociedade desigual”, por uma Igreja de servidores/colaboradores.
8) Vaticano II: Igreja de ministérios – SACERDÓCIO COMUM DOS FIÉIS. Pelo Batismo, somos incorporados à Missão de Jesus e não pela ordenação (função de serviço).
Com esta compreensão de Igreja, entendemos que todos somos chamados, como Igreja e comunidade dos filhos de Deus, a estar no serviço do Reino. “E como povo de Deus em marcha, vivemos a nossa vocação universal à santidade, pessoas geradas pelo batismo a uma vida divina, incorporados a Cristo, animados pelo Espirito Santo, vivendo uma vida e espiritualidade agradável a Deus” . Eis o sentido da IGREJA. Que o nosso amor à Igreja cresça sempre mais.
POR UMA IGREJA PARTICIPATIVA, PROFÉTICA, MISSIONÁRIA E MINISTERIAL
“A Igreja se apresenta e quer realmente ser a Igreja de todos, em particular, a Igreja dos pobres”. (João XXIII, 11 de setembro de 1962)
“Como eu gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres!”
(Francisco, 16 de março de 2013)
João XXIII e Francisco
“A Igreja quer ser pobre, para os pobres, com os pobres e dos pobres”.

O verdadeiro poder é o serviço.

“Jesus veio ao mundo para servir. E não há na Igreja nenhum outro caminho para seguir em frente’,
‘É mais fácil ficar em casa com aquela única ovelhinha, penteá-la, acariciá-la… mas Jesus nos quer pastores, não cabeleireiros de ovelhinhas!’
Francisco aos bispos italianos: ”Não se tornem funcionários”
Conta-se que São Francisco disse aos seus irmãos: “Preguem o Evangelho com ações e, se for necessário, usem também as palavras”.
“Não, não pares! É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa, manter o ritmo… Mas a graça das graças é não desistir. Podendo ou não, caindo, embora aos pedaços, chegar até o fim” Dom Helder

Bibliografia
“Curso Popular de História da Igreja”
BOFF, Leonardo. Igreja, Carisma e Poder, Petrópolis, Editora Vozes, 1981, 3ª Edição.
COMBLIN, José. O Povo de Deus, São Paulo, Paulus, 2002, 2ª Edição.
FURBETTA,Carlos. Pingos de História da Igreja, O Recado, São Paulo SP, 1997.