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02/09 SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA
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Este é o Mês da Bíblia. Em setembro, realizamos o Grito dos (as) Excluídos (as) e celebrarei os 23 anos de minha Ordenação Sacerdotal. Agradeço a Deus pelos benefícios que tem derramando em minha vida e rogo sempre pela intercessão de N. S. de Nazaré do Perpétuo Socorro, que tem me acompanhando na vivência do Ministério.

O tema do Mês da Bíblia é: “Para que nele nossos povos tenham vida” – Primeira Carta de João e o lema: “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19). Pelo menos, para nós os cristãos, essa palavra aponta um caminho de saída para esse momento de crise nacional.

O escritor Luiz Alexandre Solano Rossi assim nos fala: “Na Primeira Carta de João, somos apresentados a um projeto de vida. No entanto, o projeto apresentado não se reduz a teorias, nem traz como resultado de sua prática a alienação. Desde o início, o autor da carta estabelece um critério que servirá para que ninguém se perca durante o caminho: viver na luz é o fundamento de nossa comunhão com Deus.

No centro da carta, encontra-se a mais essencial declaração de que Deus é amor e revela seu empenho gratuito e eficaz em Jesus. E o amor de Deus revelado em Jesus é apresentado como o modelo supremo do amor na comunidade dos que creem: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e quem ama é gerado por Deus e conhece a Deus” (1Jo 4,7). A declaração “Deus é amor” não se situa no plano das ideias, doutrinas e conceitos. Reveste-se de alcance prático e refere-se a fatos históricos, ou seja, o amor se concretiza nas relações interindividuais que acontecem na história de vida de cada pessoa. Por isso, o fiel joanino ama a Deus na fé em Jesus Cristo, que doou sua vida sobre a cruz por toda a humanidade”.

O objetivo de João é afirmar que o dinamismo da Fé é o Amor. Amor este que se torna concreto na comunhão com os irmãos e irmãs, em especial aqueles e aquelas os quais o próprio Jesus se identificava. E não eram os ricos e poderosos. João está preocupado com seus filhinhos e quer defendê-los da influência de falsos profetas. Seu objetivo é mantê-los firmes na comunhão com Deus e de uns com os outros.

Se caminhamos na luz, ou seja, na presença de Deus, estamos em comunhão uns com os outros, mostrando que não há comunhão com Deus se não houver comunhão uns com os outros. “Deus é luz e nele não há treva alguma”(1Jo 1, 5). Deus revela, fortalece, ilumina, dá sabor.

Neste ano, vamos celebrar o 25º Grito dos Excluídos, que tem como tema: “Este sistema não vale” e o lema: “Lutamos por justiça, direitos e liberdade”. O eixo das discussões é sobre a ação das empresas mineradoras no Brasil. Em sintonia com a classe dominante, as mineradoras, em conluio com o Estado Brasileiro, estão fazendo guerra contra os povos, contra a mãe terra, contra a irmã água, contra todos os seres vivos e contra as futuras gerações.

Na Carta da 4ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce, ouvimos o clamor: “Condenamos o atual modelo econômico devastador e destruidor, que é voraz, orientado apenas para o lucro: Vão-se os bens da criação, ficam miséria e destruição! Propomos uma mudança de paradigma em todas as nossas atividades econômicas, incluindo a mineração, pois somos responsáveis por entregar às gerações futuras um mundo melhor do que este que recebemos. Temos conhecimentos e condições suficientes para reorganizar a vida em sociedade para além do sistema extrativista, materialista, individualista e consumista, que quer a todos devorar”.

Que Ninguém solte a mão de Ninguém!

Muitas bênçãos de Deus! Que N. S. Aparecida e São Geraldo iluminem nossa caminhada!

Pe. Hideraldo Veríssimo Vieira
Pároco

Pe. Sérgio Henrique Gonçalves
Vigário Paroquial