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04/04 Viver a Páscoa de Cristo fortalecendo a Fé e o Diálogo
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Esta Campanha da Fraternidade falou muito de diálogo entre diferentes, respeito mútuo, convivência pacífica etc. Fiquei pensando em família, célula-mater da sociedade. Cada família é diferente da outra. Não há duas famílias iguais, mesmo que possa parecer igual, pois cada uma tem seu jeito próprio de ser e de se relacionar. Mesmo dentro da mesma família, cada membro tem sua maneira peculiar, que contribui com o todo.

No entanto, devemos perceber que há algo que envolve a todos e norteia o ser e o agir de cada membro da família, fazendo dela uma unidade. O mesmo acontece no conjunto de famílias. Este algo é a cultura de um povo. A cultura estabelece princípios norteadores e valores basilares, sobre os quais todos se apoiam. Quando a cultura é cristificada, estes princípios e valores são cristãos, mesmo que haja neste povo alguns tentando transigir, e sempre há. Mas, mesmo nestes, podemos identificar os princípios e os valores. Por exemplo, em nossa cultura ocidental, que é cristã, a honestidade é um princípio e um valor basilar; mas, isto não impede que existam pessoas desonestas, em todos os níveis e substratos sociais. No entanto, isto não perverte a maioria do povo, tornando-a desonesta. Não inviabiliza a cultura.

Mas, como tornar a cultura de um povo, uma cultura cristã? Os Evangelhos nos apontam o caminho do testemunho cristão, como força transformadora, como fermento na massa, como sal na comida e, principalmente, como poder transubstanciado que, por meio de Cristo, exercemos na sociedade. Fazendo de nosso viver uma pregação da Boa Nova. Foi assim que os Apóstolos fi zeram: viviam o que pregavam e pregavam o que viviam. Foi isto que as primeiras comunidades, descritas pelo evangelista São Lucas no Livro dos Atos dos Apóstolos, fizeram.

Porém, há um caminho mais fácil e curto, pelo qual muitos povos e culturas optaram, ao longo da história. É o caminho da imposição por meio da força. “Ou se converte ou morre”. Mas este caminho não logra êxito quando um povo guarda a fé no coração e na mente e vive essa fé no seu dia-a-dia. O império Romano tentou isto contra os cristãos, nos primeiros séculos de nossa era, resultando em milhares de mártires. Os cristãos naquela época preferiam a morte a negar a fé em Jesus Cristo. Ainda hoje, há muitos cristãos, católicos e protestantes, em alguns continentes, que continuam preferindo a morte a negar a fé.

Jesus não impõe a fé n’Ele, mas exige a conversão para os que querem se tornar discípulo. Respeita o livre arbítrio dado a nós por Deus-Pai. No Novo Testamento Ele dá vários exemplos disto. Talvez o mais eloquente seja o seu diálogo com o jovem rico (Lc.18,18-30). O rapaz desistiu de seguir Jesus porque era apegado à sua riqueza. E Jesus não disse a ele: “Não tem problema não, pode continuar apegado à sua riqueza, vem me seguir”.

Que a páscoa de Jesus nos ajude a, cada vez mais, passar do discurso à prática, mostrando, em nosso viver, a fé que está enraizada em nossos corações.

Padre Aloísio Vieira
Pároco